quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Cíclica

A noite chega mansa
E traz lembranças indeléveis de você.
A madrugada se insinua
E cresce ainda mais a sua ausência.
O raiar do dia é formado
Pelas diferentes matizes e nuances
Da falta que você faz em minha vida.
O dia vai nascendo lento e suave
E junto com ele nasce mais saudade,
De certo que ao meio dia,
O sol e a sua ausência
Ocupam igualmente o mesmo espaço,
Em meu ser e em meu existir.
E ao cair da tarde quando o sol se põe
Percebo que a luz que iluminou o dia,
E que se igualava em dimensão à sua saudade,
Diminuiu na mesma proporção em que aumentou
A necessidade de sua presença.
Cada novo anoitecer é mais denso,
Pois, dia após dia, sua ausência
Torna-se mais e mais espessa,
E dia virá em que a luz do alvorecer
Será totalmente encoberta
Pela escuridão de sua ausência...


(Zuleide Zhu - Vol. 59 - Antologia CBJE)

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