segunda-feira, 22 de março de 2010


Mergulho

Flutuas assim, leve e livre,
Bailando nas águas do viver
Mergulhando no rio da vida
E eu, sentada em suas margens,
Limito-me a observar o teu bailado
A traiçoeira, ágil e forte correnteza
Em que, certamente, eu me afogaria
Não te impõe nenhum empecilho,
Pois és muito, muito, mais do que ela
Tens no amor, a fonte de tua força
Deslizas soberana, num vai e vem confiante
Como se foras uma canoa a dormir
No braços de um calmo e terno lago,
Suavemente banhado pela luz do luar
Às vezes, coloco lentamente meus pés
Nas águas desse rio e seu movimento
Me entontece e sinto a corrente viva
A te carregar para os mares do sonho
Não sou peixe... Nem sei nadar...
Não bebo da tua fonte, para poder voar...
Sentada nas bordas do rio de tua vida
Meus olhos, apenas, limitam-se a te olhar
E ajudam a aumentar o volume
Das águas que o rio carrega
Para dentro do amplo ventre do mar...

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