segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Missiva

Queria mesmo escrever-te
Só ao final de minha vida,
Mas não posso... Não sei quando morro
Se hoje... Se amanhã...
Pois o tempo é mudo, a morte é calada,
E a vida, uma cúmplice fiel,
Imita-lhes, lealmente, o ato
Então escrevo já, escrevo agora
Pode não haver futuro
E já não há o outrora...
Somente a incerteza vaga errante,
Em disparada, louca e cega,
Carregando-me pela vida afora
Então é fundamental que saibas
Que não existiu sequer um riso
No qual não estivesse contido
O doce brilho do teu olhar
E nem existiu olhar algum, que igualmente
Não refletisse a alegria de teu sorriso
Não houve nenhuma lágrima caída
Que junto também não chorasse
A tristeza pela tua ausência
Melhor então registrar agora,
O que minha alma nunca irá esquecer
E que independe do tempo,
Entre a minha morte e o meu viver
Aquilo que em nada irá se alterar
E que se resume simplesmente,
Em sempre e sempre te amar.


ZuleideZhu
(Antologia CBJE - Vol. 58)

Nenhum comentário: